quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Shall we dance?
O projecto Tok'Art (http://tok-art.blogspot.com) é recente, mas a avaliar pelo que se escreve sobre ele e a qualidade das pessoas envolvidas, vale a pena estarmos atentos... e dancemos e vejamos dançar sempre!
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
As contradições das relações modernas
Em blogue de amiga (vide Histórias de Prainha), vinha a descrição da seguinte conversa em capital europeia:
"Sorry, girl! For the past 20 minutes you kept on telling me that you don't want a relationship and you don't want to be with someone just for fun! You think a relationship means a serious commitment with a wedding and children on the way and you are too scared. You want something in between, cool, relaxed, no pressure, but I'm not sure if that exists, because the moment the guy will tell you he has plans or he'll see someone else you won't be cool about it.
But I know what are you looking for: You want someone that waits for you at home, cares about you, when you are sick has something to say, someone that organises a cinema for you, makes you coffee / tea or even bring you breakfast in bed? (Ela acenava que sim, as barreiras tinham caido, no fundo tinha razao...)Things as simple as that, just someone to be there for you... Well if this is not a relationship for you, then... you should find a butler!!!"
episódios da vida moderna... não a de Chaplin, bem está de ver...
O desligar
Há momentos, podem ser fracções de segundo, em que desligamos. O nosso corpo ou a nossa mente, ou bem pode ser o nosso corpo e a nossa mente dizem basta. E não há nada que possamos fazer. De repente, estamos em queda livre para parte incerta, libertamo-nos de tudo e de nada, pensamos no nada e no tudo. Saída desses momentos, fico sempre algo confusa. Levo uns segundos a voltar ao mundo. E depois, às vezes, há os "baldes de água fria". Mas valia a queda livre, penso. Sempre faltava a linha lógico-racional que nos lembra o que "deve ser", não o que foi, o que é ou o que gostaríamos que fosse. Sempre são momentos em que o sonho é genuíno e credível. E, às vezes, sabe tão bem sonhar...
domingo, 25 de novembro de 2007
post factum
E, assim, serenamente, depois de sonhos e pesadelos, de esperança e desilusão, sem o saber e sem o verbalizar disse adeus. Disse-te adeus.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Morreu Béjart
Hoje, a minha rotina matinal foi surpreendida pela notícia da morte de Maurice Béjart, coreógrafo que acompanha a minha paixão pela dança desde que em lembro. O meu andar estremunhado pela casa com as notícias como banda sonora para o pequeno almoço, leitura rápida dos mails para saber o que me espera, foi agitado pela notícia da primeira página do Público, apresentada no momento em que o telejornal dedica à imprensa escrita.
Fiquei com pena. Tenho pena. Admiro profundamente o trabalho de Béjart, a sua precisão no uso do vocabulário do clássico ballet, sem comprometer a sua própria estética e o desejo de expandir o mais possível as fronteiras entre o clássico e o moderno. E admiro o pensamento do coreógrafo, mas também do ser humano convicto no valor da liberdade, como transpareceu nas entrevistas e livros que fui lendo.
Recordo com particular emoção as duas idas ao Coliseu de Lisboa para ver a sua companhia de dança, o Ballet du XXe Siècle. O Coliseu sempre cheio. Sempre expectante quanto ao momento, que se sabia único, que se iria viver. O mundo da dança está mais pobre.
Fiquei com pena. Tenho pena. Admiro profundamente o trabalho de Béjart, a sua precisão no uso do vocabulário do clássico ballet, sem comprometer a sua própria estética e o desejo de expandir o mais possível as fronteiras entre o clássico e o moderno. E admiro o pensamento do coreógrafo, mas também do ser humano convicto no valor da liberdade, como transpareceu nas entrevistas e livros que fui lendo.
Recordo com particular emoção as duas idas ao Coliseu de Lisboa para ver a sua companhia de dança, o Ballet du XXe Siècle. O Coliseu sempre cheio. Sempre expectante quanto ao momento, que se sabia único, que se iria viver. O mundo da dança está mais pobre.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
depois de algum tempo...
Ha ja algum tempo que nao escrevo, nao tanto por nao querer, mas por falta de tempo. Hoje, num computador que nao tem possibilidade fazer acentuacao em portugues, numa cidade que comeco a conhecer melhor, e tem dias em que gosto muito, outras em que nao a compreendo e sinto vontade de regressar a lisboa bela e quente (demasiado para novembro, e certo, mas agradavel), aqui estou, a matar saudades da blogosfera.
E saudades dos amigos que nao tenho conseguido ver. Confesso que nao tenho nada de especial para contar. E estou com aquela terrivel sensacao que temos em frente de uma pagina branca. E assim fica um estranho post
E saudades dos amigos que nao tenho conseguido ver. Confesso que nao tenho nada de especial para contar. E estou com aquela terrivel sensacao que temos em frente de uma pagina branca. E assim fica um estranho post
terça-feira, 18 de setembro de 2007
e na senda do post anterior
Que as coisas nem sempre são o que parecem. Assim o é, e por isso, mesmo à distãncia, vou estando preocupada.
Ceci n’est pas une pipe
É a famosa frase que acompanha um não menos famoso quadro de Magritte. Para mim a declaração de que há que olhar para as coisas (e pessoas também)nem sempre observando o óbvio. Ou nem sempre vendo, lendo e escutando nelas exactamente o que estão a fazer e a dizer. O ser humano, sobretudo, é bem mais complexo do que as primeiras, as segundas impressões. Aliás, às vezes, passam-se anos e permanece pertinente a frase "Ceci n’est pas une pipe". E isso Às vezes provoca confusões que preferíamos evitar.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Palavras interditas
por isso, recorro a um poeta favorito, Eugénio de Andrade ("Sem ti"):
"E de súbito desaba o silêncio
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas"
(...)
"E de súbito desaba o silêncio
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas"
(...)
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Dos sentidos
São cinco, mas hoje vou escrever sobre um: o olfacto. Porquê o olfacto? porque hoje durante o dia fui transportada pelo mesmo para vários locais e tempos, reencontrei-me com pessoas. É curioso, a FNAC lembra-me um amigo, o banco lembra-me o meu pai, porque me relembra o atlier dele, quando ainda não havia comoutadores e autocad, havia papel vegetale uns marcadores em metal. As bibliotecas fazem-me sentir saudades do meu avô, pelas horas que passava a ler uns livros do Círculo de Leitores, comigo sentada ao lado, fascinada com as capas (normalmente policiais... isso já explica talvez o meu fascínio por criminologia), livros que depois arrumava, com organização quase espartana, no sótão, onde eu adorava ir com ele. Os nossos cinco sentidos permitem o nosso relacionamento com o que nos rodeia, mas também com o que já não nos rodeia, já é parte da nossa memória; ou não nos rodeia naquele dado momento. Bem os haja!
terça-feira, 28 de agosto de 2007
o fim das férias
A silly season está a terminar, as festas de final de estação (a branca, a azul, a vermelha, e todas as outras que se inventaram) já tiveram lugar ou estão quase a ter. Afinal 31 de Agosto é já sexta feira.
É, portanto, hora de regressar aos respectivos postos de trabalho, e por favor não já a suspirar pelas próximas férias, porque essas só para o ano. No caso,nem tanto, Dezembro, cá vou...
É, portanto, hora de regressar aos respectivos postos de trabalho, e por favor não já a suspirar pelas próximas férias, porque essas só para o ano. No caso,nem tanto, Dezembro, cá vou...
sábado, 25 de agosto de 2007
regresso ao que é simlpes mas não é fácil
a frase que tanto me tem acompanhado ultimamente, não é minha, ouvi-a num filme de que gostei muito, que me tocou realmente. E, talvez por isso, ficou comigo, como tantas outras, de tantos outros filmes, livros, músicas...
Ultimamente, está mais presente, porque preciso de fazer uma coisa que é simples, mas não fácil. E por mais voltas que lhes dê, por mais tempo, racionalidade, afastamento ou proximidade da cidade, permaneço sem conseguir dar o passo final, o tal que não é fácil. E não o será durante algum tempo. Será um acto continuado e prolongado.
Ultimamente, está mais presente, porque preciso de fazer uma coisa que é simples, mas não fácil. E por mais voltas que lhes dê, por mais tempo, racionalidade, afastamento ou proximidade da cidade, permaneço sem conseguir dar o passo final, o tal que não é fácil. E não o será durante algum tempo. Será um acto continuado e prolongado.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Ao amigos...
Sei que a expressão do título tem sido usada por mim variadas vezes nestes últimos tempos. Mas a verdade, é que depois de ter estado fora a estudar e trabalhar fora de Portugal durante quase dois anos, é com uma alegria profunda que vivo o retomar as minhas amizades como se nunca tivesse saído (sabia que isto era possível, pois já não é experiência única para mim, mas não deixa de me maravilhar...). E, depois, há as outras amizades, as que fiz fora e que desde que regressei se revelam sólidas, mesmo que à distância ou com curtas visitas cá ou lá. E por isso, pelos amigos que estão perto e aos que estão perto mesmo que longe, no bom e no mau, Viva!
sábado, 18 de agosto de 2007
Aviso à navegação
Tanta fotografia é precedida por um post sobre o meu querido Alentejo... que justifica tamanha repetição de fotografias da região... mas é linda, não é?
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
O Alentejo
Já o afirmei, em outro post, que gosto (muito) do Alentejo, tanto que o adoptei como minha "terra", apesar de ser alfacinha e de adorar Lisboa. As razões para gostar do Alentejo não são objectivas, como nunca são aquelas que nos levam a gostar de um sítio. O gostar de um local é o espelho de toda a nossa subjectividade. Eu gosto do Alentejo pela sua serenidade, pelo seu sentido de luta, porque foi ali que meus pais, alfacinhas de gema também eles, se conheceram há mais de três décadas, porque foi junto à costa vicentina que vivi os primeiros anos da minha vida.
Gosto do Alentejo também pelas suas pessoas, pela forma afectuosa com que sempre me recebem, nas mais variadas terras, maiores ou menores, com a simpatia e paciência com que me respondem às perguntas, com a generosidade com que me deixam vaguear pelos cantos mais recôndidos das suas terras, a tirar fotografias, incluindo a elas próprias. Gosto. É tudo.
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
De regresso à capital
Estive uns dias de férias, umas mini férias, mas que souberam a descanso... que bem era preciso. E assim, dormi, tomei banho de piscina, andei de bicicleta por terras alentejanas, li e voltei a ler um pouco mais (desde à revista light, passando por Garcia Marquez e Filomena Monica, e um extraordinário livro sobre as infantas portuguesas). Relembrei a beleza da parte do país que adoptei de braços abertos desde pequenina, apesar de alfacinha de gema. E a terra acolheu-me com simpatia e mais simpatia.
Serviu para um interregno no meu quotidiano que tanto me estava a chatear. Perdoar-me-ão pela sessão de fotografias que se seguirão depois deste post;-)
Serviu para um interregno no meu quotidiano que tanto me estava a chatear. Perdoar-me-ão pela sessão de fotografias que se seguirão depois deste post;-)
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Agridoce
Agridoce é aquele sabor que, na comida chinesa, é óptimo, em certas outras cozinhas funciona lindamente. Mas é um sentimento que deixa insatisfação. Que nos deixa entre a alegria e a tristeza, entre a esperança e o desespero, bom numa palavra menos forte, de alguma frustração ou ansiedade. Não é agradável.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Em estado pensante
O calor, quando supremo, dá para exactamente duas coisas: dormir e, eventualmente, pensar. Neste último estado que me encontro, mas quase a semi-dormir.
E penso na expressão que há uns tempos que ouvi, e já escrevi em modesto exercício bloguesco há uns tempos. A expressão reteve-me novamente a atenção: "não é fácil, mas é simples". A frase é curta, mas diz muito... e no entanto...
há tanta coisa que não é fácil: rotinas diárias instaladas, sucessivos desapontamentos, perdas e saudades, incertezas, medos e rejeições ou uma rejeição sem existência mas latente. Estas são as coisas que não são fáceis para mim (muitas há que são fáceis e felizes, mas não é sobre estas para que a expressão nos remete... quem dera!). E não consigo achar simples nenhuma destas circunstâncias. Pelo contrário, exalam complexidade, retiram de nós a energia que temos e não temos para que a nossa vida não saia totalmente amachucada e que as mossas possam ser refeitas, sem nos tornarmos em seres cépticos, frios e distantes. Não, não é fácil, e, sobretudo, não é simples. Porque a simplicidade é algo sublimemente frágil, e o quotidiano de agora não se coaduna com coisas sublimes e belas.
E penso na expressão que há uns tempos que ouvi, e já escrevi em modesto exercício bloguesco há uns tempos. A expressão reteve-me novamente a atenção: "não é fácil, mas é simples". A frase é curta, mas diz muito... e no entanto...
há tanta coisa que não é fácil: rotinas diárias instaladas, sucessivos desapontamentos, perdas e saudades, incertezas, medos e rejeições ou uma rejeição sem existência mas latente. Estas são as coisas que não são fáceis para mim (muitas há que são fáceis e felizes, mas não é sobre estas para que a expressão nos remete... quem dera!). E não consigo achar simples nenhuma destas circunstâncias. Pelo contrário, exalam complexidade, retiram de nós a energia que temos e não temos para que a nossa vida não saia totalmente amachucada e que as mossas possam ser refeitas, sem nos tornarmos em seres cépticos, frios e distantes. Não, não é fácil, e, sobretudo, não é simples. Porque a simplicidade é algo sublimemente frágil, e o quotidiano de agora não se coaduna com coisas sublimes e belas.
terça-feira, 31 de julho de 2007
Fará falta
lembro-me na minha infância, de ver sentada com o meu pai um filme que um ccavaleiro jogava uma partida de xadrez com a morte (a figura não enganava nem sequer uma criança). O filme, para mim que na altura teria pouco mais de 6 anos e estava era a brincar com os meus Pin e Pons, parecia-me particularmente estranho. Já então o achava sombrio, mas estranhamente fascinante. Passados alguns anos, voltei a ver o filme, novamente com o meu pai, mas já sem Pin e Pons... e foi assim que descobri a magia de Bergman, com O Sétimo Selo.
quinta-feira, 26 de julho de 2007
A silly season
A silly saison já começou lá para os reinos dos Algarves, o nonsense político também (enfim, por vezes dá-me a sensação que não chega a cessar ao longo do ano)... e eu, este ano, anseio pelas férias! Vão ser curtas e ainda faltam umas semanas, mas como me estão a fazer falta. Já fiz lista de livros (não muito sérios, que é o que esses dias vão pedir), já decretei que vou para o Além Tejo com parcos, mas decididos objectivos: dormir, ler, dormir novametne, apnhar sol e uns bons banhos de piscina ou praia se nos der para irmos dar um saltinho à costa alentejana. Confesso, estou precisada de uma silly season também para mim, sem telemóveis, sem muita tecnologia e, no que faz da silly season silly, distância da seriedade do costume... e muita serenidade.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Malas à Mary Poppins
Quando era miúda havia um filme que me deliciava - A Mary Poppins - uma ama que descia pelas nuvens, dava um óptimo charope que em nada se assemelhava aos dissasbores que os médicos tinham tendência de me receitarem. Mas mais do que isto, a Mary Poppins tinha uma excelente mala, donde tudo saía, até candeiros.
Hoje em dia, raras são as senhoras que não andam com uma mala à la Mary Poppins... as maxi malas, moda de há uns anos, para todos os gostos e carteiras. E é ver-nos (falta-nos a magia da Mary Poppins que encontrava logo exactamente o que queria) fazer sair das nossas maletas, tudo e mais umas botas, quando estamos na realidade à procura de um mero par de chaves, ou tentamos furiosamente atender o telefone que não pára de tocas, mas nós, claro, não encontramos na mala sem fundo. E, assim, sai a colecção de coisas íntimas que carregamos connosco, o perfume favorito, o livro que vai na mala quando o trânsito chateia (e vamos no transporte público) ou a revista toda dobradinha, mais a escova, a agenda, e passamos horas, no meio de qualquer praça, passeio público, naquela situação algo surreal de termos tudo na mala, mas não encontrarmos nada.... falta a magia da Mary Poppins... aliás falta tanto essa magia em tantas outras coisas! (P.s. - quanto à imagem, é visitar http://www.starpulse.com/Movies/Mary_Poppins/gallery/MARYPOPPINSMV003/
Hoje em dia, raras são as senhoras que não andam com uma mala à la Mary Poppins... as maxi malas, moda de há uns anos, para todos os gostos e carteiras. E é ver-nos (falta-nos a magia da Mary Poppins que encontrava logo exactamente o que queria) fazer sair das nossas maletas, tudo e mais umas botas, quando estamos na realidade à procura de um mero par de chaves, ou tentamos furiosamente atender o telefone que não pára de tocas, mas nós, claro, não encontramos na mala sem fundo. E, assim, sai a colecção de coisas íntimas que carregamos connosco, o perfume favorito, o livro que vai na mala quando o trânsito chateia (e vamos no transporte público) ou a revista toda dobradinha, mais a escova, a agenda, e passamos horas, no meio de qualquer praça, passeio público, naquela situação algo surreal de termos tudo na mala, mas não encontrarmos nada.... falta a magia da Mary Poppins... aliás falta tanto essa magia em tantas outras coisas! (P.s. - quanto à imagem, é visitar http://www.starpulse.com/Movies/Mary_Poppins/gallery/MARYPOPPINSMV003/
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Os retornos
Apercebo-me que a audição de música dá-se, muitas vezes, por fase. Se compramos um cd novo, temos tendência para repetidametne ouvi-lo, até nos cansarmos um pouco e passarmos para outro. O que mais recentemente me apercebi é que, em determinados momentos da vida, recorro sempre ao mesmo Cd, ao mesmo compositor, ao mesmo grupo. Num retorno ao conforto. No saber que aquela música, cd, me dará a inexplicável sensação de paz, ou me permitirá sorrir ou rir a bandeiras despregadas, lembrando-me de momentos hilariantes que com elas vivi, ou que, nos momentos menos bons, me permitiram chorar o que era necessário e refazer-me para andar para a frente. A música, essa arte sublime.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Os bons momentos
Hoje sái mais cedo do que o normal do serviço. Dirigi-me, em passo de desanuviamento bem necessário, seguindo as instruções de um amigo, para um simpático café junto à Sé. O "Pois, Café", onde o eclético da decoração, a simpatia dos que nos servem, a comida deliciosa, o ar arejado, moderno, mas antigo, é um espaço gostoso. De tal forma gostoso que ali me deixei ficar por duas horas, bebericando uma limonada especial, deliciando-me com umas generosas fatias de bolo (na altura ainda não sabia dos 25% de gordura, claro está;-).
Vinha cansada do gabinete, irritada, cansada do vai e vem do simplório percurso casa-serviço, serviço-casa, do esquema telefone-mail-telefone, com poucos resultados práticos.
As duas horas no Pois Café, acompanhadatambém de um livro, entre os muitos que têm à nossa disposição, um policial que me fez recordar as minhas tardes de verão com o meu avê, ajudou-me a fazer as pazes com o dia de stress. Vivam os bons momentos!
Vinha cansada do gabinete, irritada, cansada do vai e vem do simplório percurso casa-serviço, serviço-casa, do esquema telefone-mail-telefone, com poucos resultados práticos.
As duas horas no Pois Café, acompanhadatambém de um livro, entre os muitos que têm à nossa disposição, um policial que me fez recordar as minhas tardes de verão com o meu avê, ajudou-me a fazer as pazes com o dia de stress. Vivam os bons momentos!
terça-feira, 26 de junho de 2007
Aos amigos
Amigo Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar Na nossa mão! «Amigo» (recordam-se, vocês aí, Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O’Neill, in No Reino da Dinamarca
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar Na nossa mão! «Amigo» (recordam-se, vocês aí, Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O’Neill, in No Reino da Dinamarca
sábado, 2 de junho de 2007
quarta-feira, 30 de maio de 2007
terça-feira, 29 de maio de 2007
Sobre o Médio Oriente...
O Médio Oriente fascina-me desde sempre. Ou melhor, desde que comecei a ter aulas de História e, depois, de Direito Internacional e, depois ainda, de Direito Internacional Humanitário e análise de conflitos. Recentemente, a propósito da mais recente onda de violência no Líbano, retomei as leituras sobre o Médio Oriente e o caos ali instalado. No meio de vários momentos de leitura, dei com um (entre vários) parágrafo de Bernard Lewis que evidencia o evidente - a responsabilidade do chamado mundo ocidental na presente realidade desta região do mundo: "Em 1918 o sultanato otonamo, o último dos grandes impérios muçulumanos, foi finalmente derrotado - Cosntantinopla a capital, foi ocupada, o sobreano foi feito prisioneiro, e a grande parte do seu território foi dividido entre os impérios britânico e francês, os conquistadores. As anteriores províncias otomanas de língua arábe do Crescente Fértil foram divididas em três novas entidades, com novos nomes e novas fronteiras. Dois deles, o Iraque e a Palestina, ficaram sob jurisdição britânica; o terceiro, denominado Síria, foi atribuído aos Franceses. Mais tarde, a França dividiu o território sob a sua administração em dois, chamando a uma das partes Líbano e conservando o nome Síria para a outra parte. Os Ingleses fizeram outro tanto na Palestina, criando uma divisão entre as duas margens do Jordão. O segmento oriental recebeu o nome de Transjordânia, e mais tarde passou a ser simplesmetne Jordânia; o nome Palestina foi mantido, sendo reservado para o segmento ocidental, ou seja, a parte cisjordana do território" (em "A Crise do Islão, Guerra Santa e Terror Ímpio").
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Fernando Pessoa, novamente
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Citando Fernando Pessoa
O valor das coisas não está no tempo que elas duram,
Mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
Coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
Coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Lisboa Revisitada II...
Lisboa revisitada
Hoje, as leituras na blogosfera e fora dela (porque me mantenho fiel ao gosto do "suporte de papel", do passar de página que deixa - no caso dos jornais - marca nos dedos, de tinta ainda fresca sem o ser...) trouxeram-me de volta a Lisboa... cosmopolita ou nem tanto? Quando mais vivo fora e regresso, quanto mais viajo, mais acho que ganha o primeiro, mesmo com todos os constrastes, idiossincrasias, crises políticas e buraco orçamental. A capital está, é certo, lomge de ser uma cidade perfeita. Mas, essas, são mitos, por sinal, urbanos. As cidades são como as pessoas, com defeitos e qualidades e vivem com bons ou maus momentos. O quotidiano vivido em outras cidades demonstra isso. Há cosmopolismos que escondem um profundo convencionalismo e tacanhez de espírito, há belos edíficios e bairros que mascaram problemas sociais, e ao domingo são raras as cidades que não descansam, tirando aquela que nunca dorme, sendo certo que mesmo essa abranda o ritmo! Eu, por mim, cada vez que regresso ao Lisboa, vou redescobrindo a sua beleza, os seus cantos e recantos, o facto de ser uma cidade com História e histórias, de carácter vincado mas que dá as boas vindas ao outro como nenhuma outra cidade que conheço e apesar de estarmos afastados, na maioria das vezes, dos movimentos de vanguarda. É uma cidade, para o tamanho e, sim, retomo a questão, orçamento (ou a falta dele), com uma vida cultural intensa, e já não falo da noite de Lisboa, porque essa é de facto única, em variedade e quantidade (que muitas das vezes se encontra com variedade). Não vou negar que Lisboa tem problemas, que há espaços de arquitectura infeliz, de ruína absoluta, de pobreza, de excesso de carros, com o trânsito que gosta de testar os limites da paciência humana. Mas uma cidade por mais ou menos cosmopolita que seja, não está imune a estes problemas, Nova Iorque e Londres, ícones de modernidade. cosmopolismo são um bom exemplo disso... basta sair do roteiro turístico.
sexta-feira, 18 de maio de 2007
segunda-feira, 14 de maio de 2007
As marquises
As marquises são um fenómeno que me intriga profundamente. Talvez porque tenha vivido mais de um ano num país da Europa do Norte, onde, apesar do tamanho das casas não ser substancialmente maior do que as nossas, a falta sol determina que não se fecha aqueles 2 metors por 1 metro. Isso seria, é impensável. A ideia é, quanto maior espaço exterior se tiver melhor, porque assim, qualquer raio de sol que se atreva a penetrar as esspessas nuvens costumeiras naquelas terras é imediatamente aproveitado! Ora, regressada que estou a Lisboa, não deixo de me admirar da nossa tradição. Raros são os prédios que não têm "marquises", com o obejctivo de aparentemente dar mais espaço às casas, ou servir de espaço multiusos onde colocamos tudo aquilo que, enfim, já não nos interessa por aí além. Devo avançar que me parece um desperdício de oportunidade, numa terra tão solarenga. Desde logo, porque no verão, a marquise é um forno impossível de sustentar e depois porque, mesmo em dias de Inverno, quando o sol se apresenta sabe tão bem ter uma cadeira onde nos podemos espreguiçar e celebrar o dolce fare niente! Confesso, tenho pena que a minha casa não tenha uma varanda (e se tivesse marquise, já teria sido aberta e restaurada ao seu aspecto inicial)!
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Sejamos realistas, exijamos o impossível
Esta semana estou particularmente virada para os gauleses e seus ditos e gritos de força, tenho cá para mim que é por causa das eleições presidenciais e seu infeliz (para mim, o que significa, em democracia, bons para outros) resultado e as manifestações diárias que contra Sarkozy se emergem.
Mas não é sobre política que quero escrever, mas sobre o que me disseram há uns dias que me fez pensar no grito mítico de Maio de 1968.... dizia-me um amigo, a propósito de se ter vivido em diferentes países, criado raízes, mais ou menos fortes, em várias cidades, de, no fundo, se viver quase constantemente dividido entre o sítio onde estivémos e o sítio onde estamos agora.... dizia-me ele "não se pode ter tudo"... isto depois de lhe ter respondido que estava feliz por ter regressado e a gostar do projecto em que estou a trabalhar, mas que mesmo assim, não deixo de ter saudades. Hoje, passadas umas noites de pouco sono e muito trabalho, pergunto-me, mas porque que raio não se pode pelo menos sonhar em ter tudo? Porque é que não podemos mesmo ser realistas e exigir o impossível?
Mas não é sobre política que quero escrever, mas sobre o que me disseram há uns dias que me fez pensar no grito mítico de Maio de 1968.... dizia-me um amigo, a propósito de se ter vivido em diferentes países, criado raízes, mais ou menos fortes, em várias cidades, de, no fundo, se viver quase constantemente dividido entre o sítio onde estivémos e o sítio onde estamos agora.... dizia-me ele "não se pode ter tudo"... isto depois de lhe ter respondido que estava feliz por ter regressado e a gostar do projecto em que estou a trabalhar, mas que mesmo assim, não deixo de ter saudades. Hoje, passadas umas noites de pouco sono e muito trabalho, pergunto-me, mas porque que raio não se pode pelo menos sonhar em ter tudo? Porque é que não podemos mesmo ser realistas e exigir o impossível?
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Piaf
No domingo de todas as decisões eleitorais em França e, mais importante, no dia dedicado às mães, fui ver o La Vie en Rose. E recomendo, sobretudo pela representação soberba de Marion Cotillard.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Fim de Semana à espera
Quando chega a 6a feira, normalmente, já desejo que seja fim do dia, porque o corpo e a cabeça já pedem umas horinhas mais na cama, um delicioso e demorado pequeno almoço e a a fantástica possibilidade (quando existe) de se fazer rigorosamente nada. Tenho amigos - e compreendo-os - que anseiam pelo fim de semana para fazer tudo e mais alguma coisa: desde as jantaradas, à praia, à saída à noite, às idas aos museus, cinema, teatro e, com tudo isto, ainda ter tempo de repor energias! ufff... confesso, sou mais limitada neste campo. Gosto mesmo do fim de semana pela tranquilidade, pelo facto de poder não ter relógio, nem tão pouco ter de correr de um lado para o outro. Desenganem-se se acham que não vou jantar, ao cinema, ao teatro, beber um copo e tal e tal e tal... faço tudo isso, mas aos bocadinhos, num fim de semana uma coisa, noutro fim de semana outra, com serenidade... esse privilégio dos dias modernos. Este fim de semana, dedicar-me-ei à campanha do banco alimentar, decidi que este é um fim de semana dedicado aos outros, ainda que com uma horinha ou duas a mais na minha ronha matinal;-) ... e já, agora, segunda confissão, vou estar atenta às eleições presidenciais francesas... porque a curiosidade é muita!!!
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Aos amigos!
Numas destas noitas já de pré-verão, deliciando-me com o reencontro com a comida portuguesa e, sobretudo, deliciando-me mais ainda com o regresso ao "conbíbibio" com amigos (vão certamente perdoar-me, mas nisto, neste lado emigrante e imigrante, não sou diferente de ninguém, as longas estadias fora e os regressos são sempre marcados por momentos um tanto a puxar para o romance de cordel e outros ao estilo da "janela a la fenetre". Quem não foi emigrante e imigrante estranha, quem o é ou já o foi já entranhou)... e fui obrigada a reconhecer que por mais independente que se seja, não há nada com um jantar com amigos para recuperarmos o bom humor que a semana teima em corroer aos bocadinhos. Assim sendo, aos amigos!
terça-feira, 24 de abril de 2007
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Dias de Chuva
Dias de chuva são aceitáveis apenas nas seguintes condições: quando pudemos ficar em casa a gozar da companhia de amigos, ou de um bom livro, boa música ou um bom filme; quando se trata de chuva tropical, que é como diz, está um calor interminável e sabe mesmo bem sentir a chuva... ou então estamos na Holanda e é perfeitamente compreensível, porque é o que acontece 95% do tempo!
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Da Barata
A "Visão" informava hoje que a Livraria Barata vai encerrar três das suas lojas, ficando apenas aberta a da Av. de Roma. Vai deixar saudade. Os seus livors, o seu ambiente acolhedor. Saudade do hábito de sábado de manhã, de atravessar o Jardim da Parada e perder-me nas inúmeras páginas de livros e revistas que a Barata oferece em pleno Campo de Ourique.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Diz Buda que
Love in the past - is only a memory
Love in the Future - is only a fantasy
True love just lives here and now.
E com esta termino o meu primeiro dia de escrita bloguista
Love in the Future - is only a fantasy
True love just lives here and now.
E com esta termino o meu primeiro dia de escrita bloguista
O eléctrico 28
O trajecto do eléctrico 28 é longo e complicado, arriscamo-nos sempre a ficar parados numa das pequenas ruas da Costa do Castelo em razão de um carro mal estacionado. E, em tais circunstâncias, não há nada a fazer, ou se espera (em compasso;-)) ou se salta do eléctrico e se continua o percurso a pé, em direcção dos Prazeres (belo nome para um cemitério, há que se fazer notar) ou em direcção à Graça.
Eu sou das que, a menos que razão ponderosa o não permita, permanece no 28. Não por sadismo ou ausência de coisas para fazer, mas porque o prazer do 28 é o de fazer o seu trajecto. Um trajecto que passa pelas ruas, ruinhas e ruelas mais tradicionais de Lisboa, mostrando o quão bonita e paradoxal a cidade é. Antiga na sua História, cosmopolita na sua modernidade.
O compasso de espera no eléctrico 28 é um dos que recomendo vivamente, para ser gozado sem pressas e sabendo à partida que irá cheio de estrangeiros e que dificilmente se conseguirá lugar sentado. Mesmo assim, vale a pena. Da Graça aos Prazeres, dos Prazeres à Graça.
Eu sou das que, a menos que razão ponderosa o não permita, permanece no 28. Não por sadismo ou ausência de coisas para fazer, mas porque o prazer do 28 é o de fazer o seu trajecto. Um trajecto que passa pelas ruas, ruinhas e ruelas mais tradicionais de Lisboa, mostrando o quão bonita e paradoxal a cidade é. Antiga na sua História, cosmopolita na sua modernidade.
O compasso de espera no eléctrico 28 é um dos que recomendo vivamente, para ser gozado sem pressas e sabendo à partida que irá cheio de estrangeiros e que dificilmente se conseguirá lugar sentado. Mesmo assim, vale a pena. Da Graça aos Prazeres, dos Prazeres à Graça.
Em tom de explicação
Acabaram de me perguntar porquê em compasso de espera e não "compasso de actividade"? Não achas que "em compasso de espera" é um tanto negativo? Respondo, ora, ao repto. Estar em compasso de espera não significa, para mim pelo menos, nada de negativo. Significa momentos de merecida perguiça, momentos em que podemos observar e ponderar o que se passa à nossa volta. Significa, sobretudo, sabermos aproveitar os momentos, ditos "mortos", do dia (a espera o autocarro, do amigo, do filme que não começa, que o almoço, jantar, ceia ou afim se se iniciem) e transformá-los em momentos de bem estar.
Início... Finalmente!
Com uma década de atraso e reiteradas sugestões de amigos, cá inicio a minha actividade bloguista. Em compasso de espera, porque nesses inúmeros momentos quotidianos tudo pode acontecer!
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