Espera-me um fim de semana em Paris. Respiro fundo. Adoro Paris, mas estou a viver de uma mala, de quartos de hotel e de reuniões há uma semana e ainda tenho outra pela frente.
Sei que, em regra, há uma percepção glamorosa de se estar fora, sobretudo, não me perguntem porquê, quando em trabalho. Eu, talvez porque já habituada, não lhe reconehço qualquer glamour, senão vejamos, a maioria das vezes significa dias e dias com pessoas que não conhecemos e com quem não trocamos mais do que um bom dia ou o ocasional "Olá", está-se cercad eoito horsa, ou mais, numa sala (que, tradicionalmente - outro fenómeno que não percebo - não tem janelas), chega-se ao fim do dia com um grau de cansaço fora normal (que eu, pessoalmente, justifico com o facto de estar o dia inteiro e falar, escrever e pensar numa língua que não é a minha, por mais fluente que seja) que não permite muito mais do que uma volta à volta do hotel, depois do jantar.
Já me habituei, como disse, a esta rotina. E, como adoro o que faço, aprendi a viver com o cansaço, com as burocracias no aeroporto (tira passaporte/BI-bording pass-portátil-saco de plástico com líquidos com não mais de 100ml-sapatos-casaco-guarda passaport/BI-boarding pass-portátil-saco de plástico com líquidos com não mais de 100ml-calça os sapatos-veste o casaco.... só aqui vai um grande uff!), com o pouco tempo em casa, sempre ou quase sempre longe dos amigos. Mas, desta vez, nem Paris me parece sorrir. O que é estranho, como é que Paris não nos sorri. Eu só justifico essa situação com a minha inrensa saudade de casa e com o facto de Paris me trazer memórias tristes... espero no entanto puder fazer as pazes com a cidade da luz neste fim de semana... entre museus e cafés, com talvez uma passagem na ópera, espero que tudo pareça ainda mais bonito do que é!