sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Saudade

A distância tem destas coisas, quando a saudade bate, bate com força. Começa por bater de vez em quando e rapidamente passa a bater de forma contínua. Sempre expliquei que a saudade era palavra que não tinha tradução noutra língua, mas que associava sempre a um sentimetno de nostalgia. Quando comecei a sair de casa, percebi que há uma parte da saudade que não é nostálgica, é feliz, porque signfica que temos laços, bons laços, seja à nossa terra de origem, seja às terras por onde vamos passando, visitando e nas quais vamos morando, seja com as pessoas nas/as mesmas.
Mas como qualquer gestão de sentimentos, a gestão da saudade requer arte e engenho. e nem sempre a necessidade os aguça.
Hoje, como desde há uns dias, tenho saudades, e nem o silêncio ajuda, nem o contacto quase permanente acalma...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

sacos e malas... eu não sou nómada

Hoje chegaram as minhas coisas... não eram muitas, resumiam-se a 6 sacos e uma mala de roupa, acessórios, meia dúzia de peças pessoais e livros, livros e livros. Ao fim de um mês por estas terras, não me arrependo nada do que veio, embora talvez a roupa de inverno vá ser menos usada do que julgava... tenho até pena de algumas coisas que ficaram para trás, em Lisboa. E que foram já, prontamente, solicitadas ao patronato: livros e meia dúzia de indumentária que ficou no armário...
mas agora, sim, ainda sem casa, sinto-me acampada, com roupa empilhada, livros encostados uns aos outros num instável equilíbrio, sapatos sem espaço e malas.. bem, simplesmente sem espaço. Agradeço a minha contenção do último mês, que fez com que não tenha sucumbido ao consumismo da terra... com o objectivo a médio prazo da casa, que fica para umas cenas dos próximos capítulos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Na homenagem possível

Perder alguém que nos é querido e que admiramos quando estamos longe é uma dor e um vazio inexplicável. É a terceira vez que me acontece, a segunda em que não posso apanhar um avião e regressar a casa.
Desta vez, contudo, foi o choque, o facto da pessoa em causa ser tão nova que tornou o golpe ainda mais duro e injusto.
Mas quero aqui fazer a homenagem que não posso fazer pessoalmente. Conheci a P ainda não tinha acabado a faculdade, mas já a admirava, pelo que tinha lido. Conhecia-a numa conferência em que foi falar sobre um tema que me é muito caro e conquistou-me pelas palavras, pela inteligência, mas sobretudo pela abertura e simpatia com que me respondeu às tímidas perguntas que depois da conferência lhe fui colocar. Voltei a encontrar-me poucos meses depois, e, mais uma vez, passado um outro tanto. Inicialmente fortuitos, os encontros foram sempre testemunho da sua enorme generosidade, assim como o apoio que sempre me deu, mesmo quando os que mais obrigações na matéria tinham, nos meus projectos profissionais e no meu caminho académico. Os encontros foram depois cafés e chás tomados numa e noutra ocasião, sempre com um sorriso e uma palavra de encorajamento. Sempre disponível.
Falámos pouco tempo antes de eu sair de Lisboa e não imaginei que fosse a última vez que falaria com a P. Perdeu-se uma excelente académica, professora e sobretudo uma pessoa extraordinária que sempre me ensinou que a vida merece ser vista pelo lado positivo.
Até sempre P., eterna será a saudade e o que consigo aprendi