terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sr. Outono, dá licença de voltar mais tarde? O guiché de atendimento está encerrado

Hoje acordei com mais energia, talvez a noite mais bem dormida, inspirada por umas frases bem dispostas antes do adormecer. Ou, simplesmente, o meu cérebro decidiu dar tréguas à inquietude e insatisfação. O que seja, acordei mais bem disposta.

Adoptei a rotina do costume até estar pronta, agora com lentes de contacto que me atrasam ainda um pouco a saída de casa. Mas sai, a tempo. Quiosque à esquina, "bom dia", "é quanto?", "aqui está, o resto de um bom dia", jornal debaixo do braço. Sinto entretanto frio, mas o "little black dress for formal casual situations" é de manga comprida, não compreendo (aparentemente, não terei acordado totalmente).

Café ao fim da rua. "Bom dia", "era uma meia torrada em pão saloio, um sumo de laranja natural e um café, por favor". Ento-me, leio as "gordas" enquanto espero. Sinto o cabelo encrespar... mas porquê? Está esticado e tudo (a contragosto da família, que prefere o caracol, mas precisei de dar descanso ao look do costume).

Pequeno almoço tomado, principais notícias lidas, saio do café. e mais frio... de repente, apercebo-me da data de hoje 7 de Outubro, o Verão, e, dizem-me, acabou há dias. Mas não estava convencida, até ter posto o pé fora do café esta manhã.

Mas mesmo assim, respondo: Outono, se não te importas volta noutro dia, porque ainda não me apetece, pode ser?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

domingos

7h00 da manhã... não consigo pregar mais olho, apesar de ter mal ter dormido e o dia anterior ter sido passado a coordenar e a montar armários, a colocar candeiros novos (como diriam os anglo-saxónicos, "I am nesting",porque razão? Não sei, e atendendo ao facto de, hoje em dia, viver numa mala e em aeroportos, menos sei). É domingo, caramba, dorme mais umas horas!... o corpo não obedeceu, puxo do livro que estou a ler,... mas é ligado à preparação da apresentação do projecto de tese de doutoramento... não me apetece; puxo do outro livro que estou a ler, sobre a Argentina... também não serve... estou inquieta, ando inquieta. Revista do semanário de eleição. Ponho de lado quase logo a seguir. Olho para o relógio... 7h40... é domingo. Paciência.
Levanto-me, arranjo-me, pego nos ténis, ainda com marcas das caminhadas em Salta, suspiro e saio porta fora. Vou caminhar, para organizar ideias. Parece-me que é o que mais tenho feito ultimamente: caminhar para organizar ideias. E elas, teimosas, continuam desarrumadas. Caminho na realidade sem pensar, concentro-me na música e no lema "just do it" (da celebrada marca de ténis, sim, essa mesma que estão a pensar). O problema é que o "just do it"´não é fácil de aplciar: vendo ou alugo a casa, arranjo emprego no outro lado do mundo ou em África, e depois? Tudo parece uma ideia romântica. Mas tantas pessoas o fazem, porque é que eu me sinto tão presa a minha vida actual, quando claramente não me está a encher as medidas?
Continuo a caminhar. E a ouvir música. E as ideias aidna desorganizadas... posso ligar ao doutoramento, a ideia presta-se a isso, um ano aqui, um ano ali, pesquiso e ajudo... continuo a caminhar... o caminho a percorrer foi ainda longo. É ainda longo.