quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Em memória e homenagem

Memórias de Férias I


Coloco o "I" no seguimento de memórias porque, na realidade, não sei quantas vezes serei invadida pelo sentimento de alguma saudade de que padeço neste exacto momento (sei, isso sim, que não é a primeira que o sinto no último mês). E é essa mesma saudade que me leva a escrever sobre alguns dos episódios das minhas semanas na Argentina e, já agora, aproveito para dar umas dicas ao próximos vistantes;-). As dicas nunca são demais. Assim, e antes de qualquer outro desenvolvimento, o nome a fixar, caso se visite Mendonza e arredores, é o de Mr. Hugo.

Mendonza foi a terceira cidade que conheci, depois de uns dias em Buenos Aires e 48h em Córdoba (e não contando com todas as terras e terrinahs pelo km que fiz entre estas). Por várias razões, é a que eventualmente mais me ficará no coração (ainda que ainda esteja indecisa... face a Córdoba, por semelhantes fundamentos). E, em particular - e sem qualquer desprimor (até porque seria impossível!!!) para todas as minhas outras experiências e aventuras - o meu périplo de bicicleta por entre adegas mendozinas.

São 24 KM, uns mais agradáveis que outros (o início da viagem é ainda em estrada desorganizada e com muitas obras, o que justifica o "mais" e "menos"), que se estendem pelas horas que se desejar (dentro de alguns limites relacionados com o termos de devolver a bicileta, mas sem stress, tudo muito tranquilo).

No meu caso, o periplo durou mais de 10h (e não conto com o autocarro que me levou à zona das vinhas ou com a festa que se seguiu ao regresso ao centro de Mendonza). Não podia ter escolhido melhor companhia, nem melhor fornecedor de bicicletas... e deixando a companhia para outro dia, concentro-me, então, no já falado Sr. Hugo.
Sr. Hugo fornece, por 28 Pesos (cerca de 6 Euros, à taxa de câmbio de Agosto), bicicleta até às 18h (esqueçam, tive a minha até às 20h, por isso, horário flexível), mapa, conselhos, número de telefone para qualquer problema, garrafa de água, preocupação para com as pessoas que com ele travam conhecimento, e, mais do que tudo, simpatia sem limite. Tudo muito regado com vinho, da degustação ao longo da quilometragem já indicada, e mais ainda oferecido pelo Mr. Hugo (mais uma vez), e boa conversa, com quem se vai conhecendo pelo caminho e com quem já se conhecia, mas, assim, conhece-se mais e, sim, novamente, Mr. Hugo e, agora acrescento, sua mulher. "salud"!!!

Foi, sem margem para dúvida, das melhores horas que passei nos últimos anos, de inteira liberdade, sem preconceitos sociais e seus bloqueios, em alegria absoluta e restaurando a minha fé no ser humano. Porque é impossível mantermos uma visão desconfiada, quase cínica, face ao ser humano, depois de tanta simpatia, bondade, boa disposição(também, mas não só, do Mr. Hugo). "Salut" (não não há aqui uma gralha... o primeiro foi em castelhano, o segundo é mesmo francês).

E, assim, recomendo uma ida a Mendonza, de braços abertos ao que vier (e ao que não vier também, sem problemas) e com passagem obrigatória no estabelecimento do Mr. Hugo, bebendo um bom Malbec e pedalando alegremente. "Saúde"!!!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

MAMA MIA!!!

É sabido (e escrevo com um ligeiro sorriso no rosto) que fãs dos ABBA não precisam de se manter em segredo, isto porque, depois de décadas de ser apelidados de "kicth", a banda sueca é "fashion"... e ontem fui ver o filme que, depois do musical que fez furor - nomeadamenre na Broadway (e já visitou Lisboa)-, faz com que meio mundo ande a cantarolar o "Dancing Queen", o (claro está!) "Mama mia", "Money, money" e outros sucessos "abbescos".
O filme não é, nem pretende ser, "filme de autor". O filme é aquilo exactamente pretende ser: puro entertenimento e divertimento. As coreografias são divertidas, mesmo que de qualidade duvidosa, as vozes, essas, algumas são excelentes, outras ouvem-se e a outras... bem, a outras, sejamos honestos, sobrevive-se (mas convenhamos, o senhor Pierce Brosnan não precisa de cantar bem, para ser uma companhia aprazível durante duas horas de película).
Li algures que era impossível não se gostar do "Mama Mia"-filme pela boa disposição de que está imbuído e que contagia todos os que o vão ver, e assim é. Apesar do dia de trabalho longo e do cansaço daí proveniente, sai a cantar e a dançar, à meia-noite (!), da sala de cinema!!! e só por isto, vale a pena!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Regresso de férias II

Neste já avançado regresso de férias, que lentamente substitui a saudade ligeira por uma saudade intensa (que aumenta na imediata proporção em que a rotina se instala, apercebo-me do quão relapsa tenho sido na minha escrita (e, também, em jeito de confissão culpada, nas minhas leituras). E não por esquecimento ou por falta de vontade, mas, sim, por falta de inspiração. Que continua em falta.
Depois de umas semanas de inércia e rejeição inconsciente (ou talvez não) de todas as tarefas quotidianas, volto, porque não há outra hipótese (ou talvez exista, mas ainda não a encontrei), ao dia-a-dia que já conheço. Lista de tarefas para estas semanas: ginásio (check!), arrumação de roupa (check!), carta (check!... quase), não suspirar pela próxima viagem (sem check! a administração lamenta, mas não é possível atender a este pedido); matar saudades dos amigos o mais possível (check o mais e sempre que possível!); ... a lista é interminável... é o que acontece quando se reorganizam prioridades, ideias e projectos. Novo percurso? (um talvez check...)