quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Espera-me um fim de semana em Paris. Respiro fundo. Adoro Paris, mas estou a viver de uma mala, de quartos de hotel e de reuniões há uma semana e ainda tenho outra pela frente.
Sei que, em regra, há uma percepção glamorosa de se estar fora, sobretudo, não me perguntem porquê, quando em trabalho. Eu, talvez porque já habituada, não lhe reconehço qualquer glamour, senão vejamos, a maioria das vezes significa dias e dias com pessoas que não conhecemos e com quem não trocamos mais do que um bom dia ou o ocasional "Olá", está-se cercad eoito horsa, ou mais, numa sala (que, tradicionalmente - outro fenómeno que não percebo - não tem janelas), chega-se ao fim do dia com um grau de cansaço fora normal (que eu, pessoalmente, justifico com o facto de estar o dia inteiro e falar, escrever e pensar numa língua que não é a minha, por mais fluente que seja) que não permite muito mais do que uma volta à volta do hotel, depois do jantar.

Já me habituei, como disse, a esta rotina. E, como adoro o que faço, aprendi a viver com o cansaço, com as burocracias no aeroporto (tira passaporte/BI-bording pass-portátil-saco de plástico com líquidos com não mais de 100ml-sapatos-casaco-guarda passaport/BI-boarding pass-portátil-saco de plástico com líquidos com não mais de 100ml-calça os sapatos-veste o casaco.... só aqui vai um grande uff!), com o pouco tempo em casa, sempre ou quase sempre longe dos amigos. Mas, desta vez, nem Paris me parece sorrir. O que é estranho, como é que Paris não nos sorri. Eu só justifico essa situação com a minha inrensa saudade de casa e com o facto de Paris me trazer memórias tristes... espero no entanto puder fazer as pazes com a cidade da luz neste fim de semana... entre museus e cafés, com talvez uma passagem na ópera, espero que tudo pareça ainda mais bonito do que é!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

De regresso à actividade bloguista

Foram alguns os meses em que estive afastada deste blogue... sem nenhuma razão concreta, a não ser a total falta de inspiração para o mesmo. Mas, o verão passou, já demos um abraço ao Outuno, pelo caminho eu mudei de trabalho... e aventuro-me, agora, num projecto de obras em casa (!), quando resolvidas questões com o vizinho de cima - nada como uma inflitração no tecto para fomentar as relações de (boa? - remains to be seen) vizinhança.

Primeiro passo, pedir orçamentos, e nisto tenho andado os últimos dias, explicando que a cozinah é antiga, que quero a,b e c e não d, e, e f... nunca pensei, confesso, que fosse tão cansativo. Segundo passo, tremo só de pensar nele, há-de ser escolha de materiais... o que vale é que tenho uma ideia mais ou menos concreta do que quero (e do que poderei adquirir - aspecto financeiro não pode ser descurado, entenda-se) e espera-se uma ajuda preciosa do patronato, arquitecto de profissão, com mais talento para estas coisas do que eu.

E, enfim, com esta aventura, uma agenda carregada de trabalho e eventos natalícios, preparo-me para dar as boas vindas ao Inverno e a 2010;-)

Até breve, prometo

domingo, 21 de junho de 2009

Lisboa

Gosto de caminhar por Lisboa à noite... gosto da sua tranquilidade e, no verão, do seu calor temperado pela brisa, das suas calçadas antigas, das suas ruas, ruinhas, travessas e becos.
Regresso do cinema, um filme razoável, sobretudo para a época estival, que, sabemos, nos brinca pouco no cinema. Deixo-me andar devagar. Não quero ir para casa. E, em vez do táxi, faço o meu caminho do costume, que calcorreio todos os fins de semana, e dias de semana quando não trabalho por algum motivo. Caminho devagar, com música a tocar no ipod, deixo-me levar pela paz da rua, com pouco ou quase nenhum movimento. O movimento suficiente para afastar a insegurança de ser quase meia noite e estar sozinha.
Deixo-me ir, nos vinte minutos de caminhada, procuro ordenar ideias, depois de um dia em que isso não foi possível. Não têm sido todos assim?
Caminho, mais devagar do que o meu caminho, como se a preguiça tomasse conta da minha passada, ou a minha total "invontade" de regressar para o trabalho que me espera... porque não deixá-lo para amanhã? Sei que não posso, ou melhor, não devo.
Deixo que a o silêncio mesclado com a música me invadam,... não me apetece voltar para casa. É só isso.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

temos sempre de pensar no futuro?


pergunta que me tenho feito, quando nos dizem simultaneamente que "temos de viver o momento como se fosse o último". Chegarão mesmo os momentos que vamos tendo e vivendo, ou temos de ter o plano traçado?

E pergunto isto, porque por vezes me sinto perdida em todas estas contradições, que me dizem ser da vida moderna... e pergunto quando tenho a nítida sensação que estão a traçar o plano por mim, mas pode ser só uma sensação.

domingo, 14 de junho de 2009

A menina dança?

Algures, numa café em Londres, alguém me disse "once a dancer always a dancer"... lembro-me desta frase muitas vezes, sobretudo quando ando pelos estranhos caminhos da profissão que acabei por escolher, que não foi a de bailarina. Once a dancer, always a dancer, hoje precisava de dançar para espantar os espíritos e retornar às minhas bases.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Tenho saudades
















Tenho saudades da simplicidade, de quando chegava o verão e podia comer mais do que dois gelados por dia, em que o que importava era acordar e ir para a praia. Quando tudo era simples e as decisões não tinham de ser feitas. Não me intepretem mal, gosto de ter entrado nos 30', e gosto da idade adulta, do seu lado bom e mau. Mas tenho saudades de quando tudo era simples, e tenho saudades de quando, mesmo já nos 30', me senti em dias em que podia comer dois gelados por dia. Tenho saudades. E gosto do Porto e tenho saudades do Porto.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Viagens


A leitura de um blogue de uma amiga minha- - dei por mim a relembrar-me da minha aventura de há quase um ano.
Algures em 2008, e por desafio de uma amiga minha e o facto de outra viver em Buenos Aires, decidi que tinha de ir à Argentina. Era América Latina, era uma oportnidade única. Tinha de ir. Estava decidido.
Estava também claro que, porque tinha de tirar férias em final de Julho e início de Agosto, não tinha companhia para os meus 20 e tal dias de férias (os primeiros 20 duas seguidos de férias tirados desde 2002). Mas, e apesar de receosa, estava tão cansada e farta de trabalho que pensei, na pior das hipóteses, fico o tempo inteiro em Buenos Aires, a viver as coisas simples da vida e a descnsar o que tinha a descansar. A esta distância; que tonto raciocínio!

Mas foi assim, fiz a mala, meti camisolas de inverno suando no julho lisboeta, ainda entre viagens para Bruxelas e notas para reuniões em Lisboa. Meti, primeiro varios livros para o avião, coloquei o portátil de lado. Depois, refiz a mochila de mão, além do guia novo em folha e por abrir (sim, cheguei a Buenos Aires sem abrir o guia, confiante - e com razão - de que os meus amigos me dariam ajuda e depois leria o guia - mais uma vez, com toda a razão, li-o variadas vezes ao longo do meu mês de viagem), enfiei o portátil, dois livros, um diário para a viagem (sim ainda os escrevo e à mão), i-pod com musica, o meu kit de sobrevivência/beleza para 14h ou mais de avião seguidas, e as 5 horas no aeroporto de Madrid.

Em nenhum momento, pensei realmente que iria andar de mochila ao ombro durante três semanas, sozinha, de um lado para o outro no noroeste da Argentina. Talvez se tivesse pensado muito no assunto, não teria feito a viagem. Mas agradeço hoje mais do que nunca não ter pensado muito sobre como ia fazer a viagem, agradeço até o cansaço que me impediu de fazer grandes planos para a viagem.

Foi por isso mesmo, que a viagem à Argentina, uma verdadeira viagem, estou certa que uma das viagens da minha vida, foi o que foi: maravilhosa, energética, louca em determinados momentos, em que de repente me apercebi de que os meus limites são bem mais além do que pensava. E em todos aqueles dias, mesmo sozinha, nunca estive só. Conheci pessoas fantásticas, com quem ainda me correspondo, outras que recordo com um sorriso nos lábios, pelas alegrias e disparates que partilhámos.

E, sim, são experências que são intensas e que, pese embora o cliché, nos mudam, nos transformam. E as pessoas que conheci depois dessa mesma viagem, conheceram uma pessoa diferente, mais rica, mais independente, mais tolerante... e os amigos que já me conheciam há tantos anos, reencontraram uma pessoa que há anos estava escondida no vaivém do quotidiano.

E mesmo que de vez em quando me esqueça da promessa que fiz a mim mesma naquela viagem, em Iguaçu, mesmo que de vez em quando não me consiga recordar de que sou capaz de muito mais do que penso, há sempre um momento a seguir em que isso me é novamente relembrado. Desta feita por uma maravilhosa amiga! que também conheci numa viagem... que começou há mais de 20 anos;-)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Jamais esqueceremos




Foi na madrugada de 3 para 4 de Junho, e cumpre não esquecer.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Há um café

Há um café numa cidade não longe daqui, mas também não perto, onde se joga xadrez. Há caixas e caixas de plástico com peças. Reis e rainhas, bispos e torres. Peões e cavalos. Os tabuleiros estão à mão de semear. E, apesar do atendimento não ser brilhante, porque lento, não faz mal. Porque ali se fica, sem ter pressa, sem procurar olhar para o relógio, naquele hábito quotidiano ou, por vezes, escondido, porque temos de sair para algum lado, ou queremos sair para outro lado.
Mas ali se fica, e joga-se e perde-se, e volta-se a jogar.
E, naquele café, onde ainda se fuma - o que não agradável qando é em segunda mão -, mas, ali, faz sentido, onde se espera e quase desespera por um café, um chá ou uma cerveja, se partilham sorrisos, entre as linhas dos tabuleiros. E cumplicidade.

O café, que fica numa cidade que não é longe, mas também não é perto - mas afinal o que são dsitâncias na realidade? - tem cadeiras de madeira, genuínas, velhas e gastas, mas com o conforto que só as cadeiras antigas conseguem ou pode ter ou assim parecem, porque ali se permanece hora atrás de hora, peão, cavalo, torre, bispo, rainha, rei, quadrado para a frente, para trás, em linha recta ou diagonal... E tem mesas de pernas também de madeira e tampos de mármore. São também antigas e altas, pelo menos para mim. E vou perdendo peça após peça. Até que não sobra nenhuma. Esse café existe, o jogos de xadrez foram de facto jogados. Tudo o resto foi uma ilusão.

sábado, 25 de abril de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ler

Nunca me perguntei porque lia. Sempre foi uma coisa natural para mim, como dançar. nunca me interoguei verdadeiramente porque é que dançava. Fazia parte de mim, desde pequena, e por mais curiosa e "perguntadeira" que fosse-e era bastante - estas duas coisas nunca fizeram parte do meu rol de perguntas. Ler, ou, primeiro, lerem-me e depois, sim, eu ler era ser eu, agora, tenho momentos em que leio pouco pelas circusntâncias da vida, ou melhor, não leio tanto por lazer quanto gostaria... e dançar... bem dançar era ser o meu eu mais eu. E depois de uns anos longe, voltei a encontrar esse meu eu, porque voltei a dançar.

Mas este não é um post sobre a dança. é sobre ler... o inquestionável. Mas hoje, há uns dias, peguei num livro, e sei que foi por uma razão específica, ou razões. Já tinha lido o livro hà muito tempo, e precisei de pegar nele, por saudades e boas lembranças, como se o livro me acalmasse as saudades profundas e me levasse de volta para aqueles bons momentos. E por isso, desta vez interroguei-me porque lia. Pela primeira vez. Pela primeira vez, conscientemnte, peguei em prosa na esperança de que aquela história e aquela palavras me trouxessem uma ponta de alegria, como tantos outros que li outrora, mas este em particular, que me faz regressar a um dia, a um momento, a uma hora, a um local.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Talvez um dia

e isso chama-se esperança...

domingo, 5 de abril de 2009

Rotina


Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.


Eugénio de Andrade

(a fotografia da minha autoria)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Eu não sei ler só um livro...

E por isso, entre vários, hoje decidi reler uma leitura da minha adolescência, que me foi dada pela minha mãe e sua paixão pelo livro... "As memórias de Adriano"... junto-o a msi três ou quatro, uns dados por amigos, outros pela leitora voraz que é a minha mãe...

terça-feira, 31 de março de 2009

Mais um adeus
Outra separação
(...)
E de repente
Uma vontade de chorar

"Mais um adeus", letra de Vinicius de Moraes

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O 2009 ganhou o seu ritmo e eu, por mais disciplinada que seja, deixo que o dia-a-dia me retire os meus momentos de "compasso de espera", os meus momentos de respiração. O mais de mês e meio que separa este momento de escrita do anterior testemunharam mudanças inesperadas, não planeadas. E ainda as vivo com pouca tranquilidade. Mas, dizem-me, é normal.

Foram semanas intensas e onde o precioso foram os amigos que me mantiveram crente em mim mesma. Porque o desafio era.. e.. grande e há sempre um momento de auto-questionamento que nem sempre nos leva a ver as coisas tal como elas são.

E no encontro, houve o desencontro. E mais uma vez, os amigos, mesmo que nem sempre o sabendo, deram o necessário abraço e mimo. Porque os desencontros.. bem são desencontros e por vezes tristes.

Escrevo muito sobre os amigos, porque são, para mim, fundamentais na vida, vida essa que, como diz Vinicius de Moraes, " é a arte do encontro apesar de haver tanto desencontro na Vida"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Pedido em atraso

Bem sei que o Natal já passou, assim como o dia dos Reis e que, como tal, o meu pedido vai com atraso... mas tenho a esperança que as altas autoridades "presentais" (Pai Natal, menino Jesus) ainda me ouçam ou que pelo menos, confiando no facto de eu ter andado a ser uma menina bonita, me tragam o presente por crédito de anos passados. E o meu pedido é simples, paciência. Preciso de paciência. E, como sabem as altas autoridades, os amigos e a família, é uma característica que me falta. E se alturas há em que posso viver mais ou menos sem ela, outras há, como a presente, em que toda a paciência é bem vinda, sob pena de disparate. E, convehamos, começar o ano com disparates é um mau começo.
Por isso, aqui fica o meu pedido: paciência, muita paciência!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Entrada no novo ano

Costumo seguir à risca as regras da passagem de ano, a saber: algo azul vestido, 12 passas a acompanhar as badaladas de igual número - cada uma com um desejo sussurado-, tudo isto preferencialmente em cima de uma cadeira e em equilíbrio sob a pena direita, para ter a certeza que é com este mesmo lado que entro no ano novo e digo adeus ao ano velho.
Faço (quase) tudo isto naquele espírito que já mencionei em tempo... que las hay, las hay...
Mas este ano foi diferente, não foi em cima de uma cadeira, foi com os dois pés no chão e, apesar das passas na mão, não as comi a cada badalada... e os desejos... foram pensados, mas não susurrados. Tudo porque estava entre amigos e rodeada do seu carinho. E com companhia como a que tive, a esperança no novo ano e os desejos foram transmitidos em abraços, sorrisos e beijos... foi a maneira de brindar a 2009 e agradecer a 2008!