Gosto de caminhar por Lisboa à noite... gosto da sua tranquilidade e, no verão, do seu calor temperado pela brisa, das suas calçadas antigas, das suas ruas, ruinhas, travessas e becos.
Regresso do cinema, um filme razoável, sobretudo para a época estival, que, sabemos, nos brinca pouco no cinema. Deixo-me andar devagar. Não quero ir para casa. E, em vez do táxi, faço o meu caminho do costume, que calcorreio todos os fins de semana, e dias de semana quando não trabalho por algum motivo. Caminho devagar, com música a tocar no ipod, deixo-me levar pela paz da rua, com pouco ou quase nenhum movimento. O movimento suficiente para afastar a insegurança de ser quase meia noite e estar sozinha.
Deixo-me ir, nos vinte minutos de caminhada, procuro ordenar ideias, depois de um dia em que isso não foi possível. Não têm sido todos assim?
Caminho, mais devagar do que o meu caminho, como se a preguiça tomasse conta da minha passada, ou a minha total "invontade" de regressar para o trabalho que me espera... porque não deixá-lo para amanhã? Sei que não posso, ou melhor, não devo.
Deixo que a o silêncio mesclado com a música me invadam,... não me apetece voltar para casa. É só isso.
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