quarta-feira, 18 de abril de 2007

O eléctrico 28

O trajecto do eléctrico 28 é longo e complicado, arriscamo-nos sempre a ficar parados numa das pequenas ruas da Costa do Castelo em razão de um carro mal estacionado. E, em tais circunstâncias, não há nada a fazer, ou se espera (em compasso;-)) ou se salta do eléctrico e se continua o percurso a pé, em direcção dos Prazeres (belo nome para um cemitério, há que se fazer notar) ou em direcção à Graça.
Eu sou das que, a menos que razão ponderosa o não permita, permanece no 28. Não por sadismo ou ausência de coisas para fazer, mas porque o prazer do 28 é o de fazer o seu trajecto. Um trajecto que passa pelas ruas, ruinhas e ruelas mais tradicionais de Lisboa, mostrando o quão bonita e paradoxal a cidade é. Antiga na sua História, cosmopolita na sua modernidade.
O compasso de espera no eléctrico 28 é um dos que recomendo vivamente, para ser gozado sem pressas e sabendo à partida que irá cheio de estrangeiros e que dificilmente se conseguirá lugar sentado. Mesmo assim, vale a pena. Da Graça aos Prazeres, dos Prazeres à Graça.

Um comentário:

Anônimo disse...

olá,

aqui fica uma nota sobre a dificuldade que é andar no 28 sem sr roubado por um dos Srs carteiristas que impunemente "trabalham" na cidade.

Já cheguei a contar 7 carteiristas em acção no eléctrico 28, sim, ao mesmo tempo.

Toda a gente os conhece (polícia guarda freios, população.

Estes Srs. já deram entrevistas para a SIC e Visão, já disseram publicamente que "ganham" 200 euros por casa hora de "trabalho", um deles até tem um BMW comprado com o dinheirito de tão nobre "profissão".

Os guarda freios que lhes fazem frente, enfrentam sanções disciplinares por parte da Carris e "esperas" violentas por parte destes grupos de (in)prestáveis trabalhadores.

Quem se atreve a denuncia-los in loco é violentamente ameaçado "eu conheço-te e não te vou esquecer" - dizem eles. Quem os denuncia à polícia fica "obrigado" a comparecer em 1001 conversas burocráticas e inúteis e, imaginem só, fica também obrigado a comunicar à polícia qualquer mudança de morada sob risco de pagar multa por não comparecer nos dias e horas marcados nas 200 convocatórias que nos deixam na caixa de correio. Bem, são só 146 euros de multa por cada falta, não quererão os Srs. Carteiristas pagar tão simbólica quantia com menos do que uma hora do seu difícil e suado trabalho?

Assim se vive em Lisboa!