Esta semana estou particularmente virada para os gauleses e seus ditos e gritos de força, tenho cá para mim que é por causa das eleições presidenciais e seu infeliz (para mim, o que significa, em democracia, bons para outros) resultado e as manifestações diárias que contra Sarkozy se emergem.
Mas não é sobre política que quero escrever, mas sobre o que me disseram há uns dias que me fez pensar no grito mítico de Maio de 1968.... dizia-me um amigo, a propósito de se ter vivido em diferentes países, criado raízes, mais ou menos fortes, em várias cidades, de, no fundo, se viver quase constantemente dividido entre o sítio onde estivémos e o sítio onde estamos agora.... dizia-me ele "não se pode ter tudo"... isto depois de lhe ter respondido que estava feliz por ter regressado e a gostar do projecto em que estou a trabalhar, mas que mesmo assim, não deixo de ter saudades. Hoje, passadas umas noites de pouco sono e muito trabalho, pergunto-me, mas porque que raio não se pode pelo menos sonhar em ter tudo? Porque é que não podemos mesmo ser realistas e exigir o impossível?
Um comentário:
Uma vez, na Segurança Social, uma funcionária respondeu a uma pergunta minha com um "não se pode ter tudo" ali a meio caminho entre o condescendente e o invejoso. Um homem, que estava à espera de ser antendido, levanta-se furioso e diz-lhe: "não se pode ter tudo? Não, minha senhora, deve-se ter tudo!".
Desta não mais me esqueci e ainda hoje acho que este homem deu a melhor resposta para esta expressão tão fatalista quanto habitual.
Chiça, penico!
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