segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Efeitos do Jet Lag e a difusão de Portugal pelo mundo
Os efeitos do jet lag são, ou podem ser, múltiplos: não dormir, não conseguir comer nas devidas horas, cabeça baralhada e, no meu particular caso, incapacidade de fazer uma simples conta de divisão por dez (sim, arredondando a coisa, um euro são cerca de dez patacas. Case in point: na manhã seguinte à minha chegada decidi tratar da prioridade n.º 2 - já que a n.º 1 tinha embatido com um imbróglio burocrático (facilmente resolvido no dia seguinte): arranjar um telemóvel que funcionasse por aqui (isto porque não há qualquer necessidade de se proceder a constantes "doações" à Vodafone em roaming). Ora, tratada a questão de um cartão pré-pago para os primeiros dias, de modo a ser-me possível fazer um estudo das operadoras no mercado e seus preços, e decidida a ter "tento e medida" na tecnologia móvel a adquirir, sob pena de tomar decisões precipitadas (todas a favor da "i-Apple"), e, suponho, já bem ciente do efeito do jet lag em mim (além de não comer a horas, a minha cabeça claramente não funciona a 100%...), andei em busca do telemóvel mais barato possível, mas que desse resposta às minhas necessidades, vulgo: sms e chamadas. É, neste momento, que entro numa loja na rua das Mariazinhas (cujo o nome não é este, mas é assim que a conheço desde sempre, sem indagar quantas Marias são necessárias para dar nome a rua... mas isso são outros pensamentos, ligados a toda uma problemática que me assalta o espírito: como é que se dá o nome às ruas, qual o processo e que critérios se aplicam... mas isso dava todo um outro post). Regresso ao busílis da questão, pergunto quanto custa, respondem-me em MOP (=patacas)... "desculpe, mas pode dizer-me o preço em euros" (EFEITO JET LAG: o dito telemóvel custava 399 MOP, que é como quem diz, 39.9 Euros, simples divisão, eu tinha avisado). "Sim, claro", sacada a máquina de calcular para um preço mais preciso, lá me é dito com exactidão o custo de toda aquela tecnologia. O que se seguiu depois é que não esperava: "é italiana?", respondo, um pouco incrédula (até porque normalmente, a nacionalidade que me dão - vá-se lá entender porquê, é a francesa - eu tenho em crer que é porque ando muito de sabrinas), "não. Sou portuguesa". Ao que me é indagado com determinação simpática e confusa ao mesmo tempo, "então para que precisa de fazer a conversão em euros?". Não tive resposta e só mais tarde percebi que, aqui, portugueses são de cá e não se discute mais o assunto ... e por isso mesmo não há cá euros para ninguém... pergunto-me a mim própria se isto é um mau exemplo da difusão de Portugal no estrangeiro (sendo certo que é uma terra estrangeira especial,) ou um bom exemplo de integração... fica a dúvida...
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2 comentários:
Julgarem-te italiana parece-me deveras honroso. Cheio de bons auspícios, para usar uma expressão local. Os "portugueses" localmente são os Macaenses - são "da terra", claro. Em qualquer caso "italiana" denota do interlocutor um conhecimento de um estilo europeu tido por sofisticado...
E as MOP ainda têm um peg ao HK$ e este ao US$? Ah, bons tempos esses, da "árvore das patacas"...
Bivalve (em mood saudoso :-))
gosto muito do "estilo por sofisticado"... quase italiano-francês, porque mais sofisticados do que as italianas e as francesas, portuguesas que me perdoem, não me parece haver... é je ne c'est quoi que lhes é característico (estou à procura da expressão em italiano sem sucesso)...
quando à relação MOP-HK Dolar-US dolar- mantém-se na mesma, com uma ligeira diferença: o US dólar já não é o que era... e por isso a árvore das patacas é menos forte..
o mood saudoso é absolutamente justificado! Esta terra mesmo que diferente, mais poluída e mais cansativa, continua com um encanto próprio...
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