Escreve uma amiga minha, que está longe, a quem mando um enorme beijinho com muita ternura.
Mas há mesmo dias assim, em que as distâncias pesam, a esperança esvai-se como areia entre os dedos e toda a bagagem que carregamos parece excessivamente pesada para o resto da viagem. Mas não há como nos aliviarmos dela. Pertence-nos.
Há dias assim, que em a neve e a chuva, na sua beleza intrínseca, ao invés de diluirem as nossas tristezas e frustrações, potenciam-nas, dando-lhes uma força esmagadora. E a sensação é a de que o amanhã não será diferente, talvez porque o ontem também não o foi. Uma incessante repetição, uma reiterada confirmação dos nossos piores medos e receios. E o frio penetra intensificando o desejo de não me mexer, de não pensar e sobretudo de não sentir.
Há dias assim, em que tudo saiu do sítio, onde a ordem que se conseguira alcançar se desfaz sem serenidade, sem dar acalmia, uma peça cai atrás da outra.
Ha dias assim.
Um comentário:
Beijinhos também para ti.
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